Nas minhas atividades de aventura, seja em trilhas ou praticando bushcraft é relativamente comum me deparar com a caranguejeira. Ela é um animal curioso e intrigante, habitando o imaginário popular especialmente por causa do cinema. Muita gente elimina esses animais por pura ignorância, por achar que ela é extremamente perigosa, mas, será que ela representa mesmo este perigo todo para o ser humano?
Caranguejeira ou Tarântula?
São válidos ambos os nomes.
Tarântula é usado normalmente na Europa tendo origem na cidade italiana de Tarento (ou, no nome latim, Taranto), local onde são abundantes e, por isso, facilmente encontradas. A cidade também originou o nome da famosa dança Tarantela, e curiosamente seu nome tem relação com o nome da aranha. Pensava-se que seu veneno era letal para seres humanos e que, inacreditavelmente, dançar salvaria sua vida através da eliminação do veneno pela transpiração.
Caranguejeira é o nome normalmente usado no Brasil para o mesmo animal, não possuindo registros da etimologia da palavra.
Antes de mais nada, aranhas não são insetos! Insetos possuem por três pares de pernas e têm o corpo dividido em três partes: cabeça, tórax e abdômen. As aranhas são aracnídeos, assim como os escorpiões, ácaros e carrapatos. A diferença das aranhas para outros aracnídeos é que elas possuem a cabeça bem como o tórax separados do abdômen, além de quatro pares de patas. Todas elas são predadoras, se alimentando de pequenos animais, principalmente insetos como baratas, mosquitos, grilos, moscas e gafanhotos, podendo também se alimentar de cobras, sapos, rãs, pererecas e lagartos.
Existem diversas espécies de caranguejeiras e algumas são consideradas as maiores aranhas do mundo, chegando a 30 cm de envergadura. Elas costumam ter também diversas colorações. O Brasil possui a maior quantidade de espécies de caranguejeiras do mundo, mas elas podem ser encontradas na Ásia, África e o restante da América também. Essas aranhas têm hábitos terrestres e vivem em tocas no solo ou debaixo de pedras ou outras cavidades naturais. Existem também espécies arborícolas, ou seja, que habitam copas das árvores.
Defesa
As aranhas caranguejeiras, quando ameaçadas, esfregam as patas posteriores em minúsculos e abundantes pelinhos contidos no abdômen. Estes pelos podem causar irritação de pele nos seres humanos e, se aspirados, podem causar alergia. Dessa maneira, uma pessoa possuindo algum problema respiratório, como uma rinite, pode ter sérias complicações. Essas cerdas urticantes possuem tipos diferentes com graus diferentes de irritação. Enquanto alguns tipos dificilmente penetram na pele, outros podem alcançar uma profundidade de até 2 milímetros, contribuindo para o aparecimento de inflamações dermatológicas. Esses pelinhos, indo em contato direto com os olhos, podem causar grandes irritações. Em mamíferos de pequeno porte (como ratos e coelhos), a exposição às cerdas urticantes de um tipo específico de caranguejeira, pode até mesmo sufocá-los.
Ataque
Embora sua picada seja bastante dolorosa, seu veneno não é fatal para seres humanos. Apesar disto pode levar à morte alguns animais como insetos e pequenos invertebrados. Existem espécies na Amazônia que podem até mesmo matar roedores e pássaros de pequeno porte. Aquelas que não possuem as cerdas urticantes são mais agressivas e venenosas, uma forma encontrada pela natureza para compensar a falta dos pelos.
Sendo muito procuradas como animais de estimação, você deve possuir uma autorização para criatório em cativeiro. Para se ter animais tão exóticos, deve-se saber a forma correta de lidar no manuseio, na contenção e na captura.
Curso de Manejo de Animais Peçonhentos
Pessoas que praticam atividade de aventura podem, a qualquer momento, ter um encontro inesperado com diversos animais. Muitas vezes colocam sua vida em risco, a de pessoas próximas e a do animal. Conhecer os animais da nossa fauna é de suma importância para preservar ainda mais nossa diversidade de espécies. Sempre que possível, faça cursos para aprender e treinar como lidar com relação à animais peçonhentos. É necessário conhecer para preservar!
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